Léguas preenchidas por asfalto seco
E tempo não medido
Mantinham-me em represa, na aridez dos dias.
Fio d’água correu num crepúsculo, percorrendo encostas
Sorrateiro, preenchia os relevos da planície.
Entre a crueza do tempo, das coisas que morrem em sincronia
é permitido em ritmo crescente
acessar o perpétuo; como um cetáceo
que perfura a superfície
e por segundos emerge em atmosfera ideal.
Olhos captam raios, que outrora tocavam altiva figura
E reverberam no vasto espaço, antes oco
Para formar acordes que se desdobram
E compõem um oceano, no qual intuo
Mergulhos rumo ao que não sei.
Mas sei belo.