domingo, 16 de novembro de 2008

16/11/2008

Léguas preenchidas por asfalto seco

E tempo não medido

Mantinham-me em represa, na aridez dos dias.

Fio d’água correu num crepúsculo, percorrendo encostas

Sorrateiro, preenchia os relevos da planície.

Entre a crueza do tempo, das coisas que morrem em sincronia

é permitido em ritmo crescente

acessar o perpétuo; como um cetáceo

que perfura a superfície

e por segundos emerge em atmosfera ideal.

Olhos captam raios, que outrora tocavam altiva figura

E reverberam no vasto espaço, antes oco

Para formar acordes que se desdobram

E compõem um oceano, no qual intuo

Mergulhos rumo ao que não sei.

Mas sei belo.